"Quem não conhece Deus, mesmo podendo ter muitas esperanças, no fundo está sem esperança, sem a grande esperança que sustenta toda a vida" (Spe Salvi - Bento XVI)

domingo, 9 de outubro de 2011

Pensamentos sobre a Igualdade dos homens

Este pequeno texto, escrevi-o no dia 15 de agosto de 2010. Desejo compartilhar esses pensamentos com os irmãos. Bom domingo! Paz e Bem da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Sou médico, jovem, de classe média. Tenho um bom rendimento financeiro, uma família estável, uma profissão de respeito e, talvez, alguma beleza física. Um pequeno detalhe, no entanto, me tira um pouco desta aparente “perfeição social”. Por doença congênita sou portador de visão monocular. Isto, na prática, não me traz prejuízos estéticos e pouquíssimos transtornos funcionais para as atividades quotidianas.

Um portador de visão monocular está legalmente impedido de trabalhar como motorista profissional, piloto de avião e também não pode ingressar na carreira militar. Em algumas outras situações, mesmo sem o impedimento legal, o “monocular” encontra limitações, como as atividades ligadas à cirurgia e ao corte e costura. Para mim a legislação não traz repercussões suficientemente negativas para que me sinta um injustiçado. Mas, certamente, a algumas pessoas em condições sociais desfavoráveis, as proibições podem representar um drama na vida profissional.

Hoje, no entanto, fui ao cinema para assistir a um filme em três dimensões. Fiquei surpreso com os comentários daqueles que estavam sentados próximos a mim sobre cenas do filme que eles viam de uma forma totalmente diferente da que eu via. Para mim, um filme em 3D é absolutamente idêntico a um filme sem esta tecnologia. Isto se deve à minha leve deficiência. De fato, naquele momento, a minha deficiência tornou-se sensível na prática. Claro que não me trouxe sofrimento. Aliás, seria futilidade demais de minha parte incomodar-me com tão pequena limitação. Mas este fato foi didático para mim e me fez entender de forma precisa o que é a desigualdade e, mais ainda, onde podemos buscar a igualdade entre os homens.


Como é triste e dramático saber que existem cristãos que acreditam em ideologias políticas como a solução dos flagelos dos homens. Dói o coração só de lembrar por um instante que seja que até alguns bispos, os próprios sucessores dos apóstolos, empenham-se na defesa do comunismo. Chegam alguns religiosos a bradar que Jesus foi um grande socialista! Gritam por todos os cantos, junto com os “excluídos”, organizam plebiscitos, entregam programas de governo. Coitados, estão eles próprios em condições de deficiência. Embora tenham olhos não podem ver a Verdade. Embora tenham boca, não falam a verdade. Embora tenham estudo, não entendem a Verdade. Buscam a igualdade com sincero coração mas não podem sentir o Verdadeiro Amor.
A verdade é que ainda que todos os homens tivessem igual remuneração, não poderiam consumir as mesmas coisas. Ainda que todos os homens tivessem a mesma educação, não poderiam ter a mesma linha de raciocínio. Ainda que todos os homens fossem alfabetizados, não poderiam interpretar da mesma forma textos idênticos. Ainda que todos os homens pudessem ouvir, não poderiam responder igualmente ao que se lhes questionasse. Ainda que todos os homens tivessem uma propriedade rural do mesmo tamanho, não poderiam tirar dela benefícios semelhantes. Ainda que todos os homens fossem motoristas não poderiam dirigir com a mesma precisão.

Então, onde está a igualdade?

A igualdade está em Cristo, na Sua Igreja, através dos seus sacramentos e na esperança de um dia viver com Ele no Paraíso. Ele, presente no meio de nós, se faz acessível de forma igual para o surdo, para o mudo, para o pobre, para o sem-terra, para o quilombola, para os presos, para as viúvas, para os doentes. Sua Misericórdia chega a todos de forma igualitária por meio dos Sacramentos da Igreja Católica.

Na Igreja está, de verdade, a única fonte de igualdade neste mundo. Em nenhum outro lugar, em nenhum contexto político, os homens podem ter tão incrível equivalência. Diante de Cristo, não somos diferentes uns do outros. Somos iguais em tudo, chamados para a vida eterna. É a Igreja o agente da igualdade. Não pelo proselitismo político, mas pela administração desinteressada dos Sacramentos, pela Caridade e pela pregação da Palavra de Deus.

A maior injustiça, então, que pode ser feita, é privar as pessoas de Cristo. É um crime trocar o confessionário pelo palanque, a Bíblia pela Constituição.

Peço aos bispos que reflitam sobre isto. Que eles centrem seus esforços para providenciar a verdadeira Igualdade e Justiça e para tornar mais fácil e acessível a todos os meios de salvação com que Jesus dotou sua Igreja.

A Igreja existe para salvar as almas. E, para sermos todos salvos, precisamos ter igualdade de oportunidades para encontrar Jesus na Hóstia Consagrada, para encontrar o Sacerdote para a Confissão.

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós e por toda a Santa Igreja.

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