"Quem não conhece Deus, mesmo podendo ter muitas esperanças, no fundo está sem esperança, sem a grande esperança que sustenta toda a vida" (Spe Salvi - Bento XVI)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A vida interior do discípulo-missionário segundo a Exortação do Papa

A ainda recente Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco, chamada Evangelii gaudium, é um texto riquíssimo e muito denso.

Todavia, como tem sido frequente acontecer, as pessoas interpretam tudo superficialmente e com as lentes de diversas ideologias. Não quero discutir essa questão.

Passei os últimos dias a fazer uma leitura meditada do texto inteiro, procurando livrar-me dos meus próprios conceitos preestabelecidos a fim de reformar a minha vida à luz dos conselhos do Santo Padre. Com efeito, muitos trechos me marcaram profundamente e me colocaram, por assim dizer, contra a parede. Em muitos outros encontrei motivações para desejar a santidade, para tentar viver à altura do Evangelho, para trilhar as sendas da perfeição cristã. O Papa insiste nisso em várias passagens!

Por vezes, ouvimos tantas mensagens de pessoas (até envolvidas na vida eclesial!) que nos desestimulam a caminhar com Jesus. São pessoas que afirmam a toda a hora que não se deve fazer esforço para cooperar com Cristo no aperfeiçoamento da vida e na prática das virtudes, senão que se deveria "aceitar-se como se é". E então, olhando para o resultado nem sempre imediato e visível de nossas obras e orações, pensamos que devem ter razão os que nos levantam objeções e acusações.

Por isso mesmo, sempre devemos convencer-nos de novo que não é isso que Jesus espera de nós. E o Santo Padre não nos pede isso. Parafraseando o Papa Francisco, digo com força: não deixemos que nos roubem o desejo de ser santos!

Apenas compartilho um trecho da Exortação que para mim resultou muito salutar, especialmente nesse período de início de ano, em que todos procuramos fazer nossos projetos e traças novas metas. Espero que essa leitura anime todos os leitores, como animou a mim.Viva Jesus!

"A pessoa sabe com certeza que a sua vida dará frutos, mas sem pretender conhecer como, onde ou quando; está segura de que não se perde nenhuma das suas obras feitas com amor, não se perde nenhuma das suas preocupações sinceras com os outros, não se perde nenhum ato de amor a Deus, não se perde nenhuma das suas generosas fadigas, não se perde nenhuma dolorosa paciência. Tudo isto circula pelo mundo como uma força de vida. Às vezes invade-nos a sensação de não termos obtido resultado algum com os nossos esforços, mas a missão não é um negócio nem um projeto empresarial, nem mesmo uma organização humanitária, não é um espetáculo para que se possa contar quantas pessoas assistiram devido à nossa propaganda. É algo de muito mais profundo, que escapa a toda e qualquer medida. Talvez o Senhor Se sirva da nossa entrega para derramar bênçãos noutro lugar do mundo, aonde nunca iremos. O Espírito Santo trabalha como quer, quando quer e onde quer; e nós gastamo-nos com grande dedicação, mas sem pretender ver resultados espetaculares. Sabemos apenas que o dom de nós mesmos é necessário. No meio da nossa entrega criativa e generosa, aprendamos a descansar na ternura dos braços do Pai. Continuemos para diante, empenhemo-nos totalmente, mas deixemos que seja Ele a tornar fecundos, como melhor Lhe parecer, os nossos esforços" (Evangelii gaudium, n. 279)

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