"Quem não conhece Deus, mesmo podendo ter muitas esperanças, no fundo está sem esperança, sem a grande esperança que sustenta toda a vida" (Spe Salvi - Bento XVI)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A luneta mágica

A luneta mágica é o título de um livro de Joaquim Manoel de Macedo. Tomo emprestado o termo para falar sobre o que representa a Igreja católica em minha vida e na vida de todos os irmãos em Cristo. 

O objeto de nossa fé tem um nome: Jesus Cristo. Ele é o caminho, a verdade e a vida, é o Verbo Encarnado, Palavra Eterna, nosso Salvador e Redentor. A questão é: por qual motivo, para conhecê-Lo e segui-Lo é necessário estar na Igreja católica?

Vou me valer das imagens e parábolas que me vêm a mente agora para mostrar que a Igreja católica é, na realidade, a "luneta mágica" que permite a cada um ampliar sua visão de Jesus, examinar cada detalhe Seu, admirá-Lo minuciosamente, vê-Lo mais de perto, por assim dizer. 

Quando o médico examina uma radiografia de tórax ele se utiliza de um aparelho chamado negatoscópio, é aquela fonte de luz normalmente pendurada na parede dos consultórios. O objeto de estudo é o filme, ou seja, é a "chapa", como popularmente se diz. Na "chapa" estão registradas as imagens que interessam ao médico, a silhueta do coração, os arcos costais, os campos pulmonares, a árvore brônquica, etc... todavia, embora "a chapa" contenha todas essas informações é o negatoscópio que permite ao médico examiná-la cuidadosamente! Neste caso, o negatoscópio é a "luneta mágica" que favorece o estudo do filme de raio-X. De modo análogo, a Igreja permite ver melhor a Cristo, é o negatoscópio de Deus, a luneta mágica.

Outro exemplo parecido: quando se faz uma biópsia de um tecido humano para análise em um laboratório de patologia (pode ser pele ou tireóide ou qualquer parte do corpo), corta-se a peça (ou seja, o material extraído do corpo) em muitas "fatias" finíssimas. Estes cortes são depois corados adequadamente e colocados em lâminas para serem levados ao microscópio. Ora, na verdade, a lâmina contém já em si todas as informações que ao médico-patologista interessam. Todavia ele precisa do microscópio para ver os detalhes e dar o diagnóstico correto! O microscópio não fornece qualquer pista a mais. Ele tão somente serve para amplificar o objeto de estudo, no caso, a lâmina contendo o fragmento de tecido corado. Aqui, por comparação, a Igreja está para o microscópio e Jesus está para a lâmina.

A Igreja é a segurança que tenho para saber que estou estudando realmente o Jesus Salvador em sua plenitude, naquilo que Ele realmente é e que não sou capaz de enxergar sozinho. A Igreja é o recurso que Deus me deu para ver melhor, para entender a doutrina da fé. A Igreja é a minha luneta mágica. Sem ela, não sei o que seria de mim, o que seria de todos nós. Tudo isso é obra de Deus em nosso favor.

Para terminar, sábias palavras do Santo Padre Bento XVI, durante sua homilia da Missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude de Madri (2011):

Não se pode, sozinho, seguir Jesus. Quem cede à tentação de seguir «por conta sua» ou de viver a fé segundo a mentalidade individualista, que predomina na sociedade, corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo, ou de acabar seguindo uma imagem falsa d’Ele.

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